A ARTE DE PARAMETRIZAR “CLAIMS”

Por Douglas Texeira de Almeida, M. Sc. / 19, Novembro - 2018 / Categorias Cosméticos, Cabelo
A Arte de Parametrizar Claims

Muitas são as formas de comunicação de atributos, os famosos “claims”, de produtos cosméticos para cabelo que demandam comprovação científica e empenho dos mais diversos cientistas que trabalham na área. Antes de chegar aos Claims, podemos dizer que existe "A Arte de Parametrizar Cliams".

Medidas instrumentais, análises sensoriais e avaliação da opinião de consumidor são as principais maneiras de comprovação desses atributos.

As duas últimas, na maioria das vezes, apresentam grande correlação entre elas. Isto porque as formas de avaliação levam em consideração os mesmos gestuais, ou seja, a mesma forma de avaliar os atributos no cabelo. A comprovação por medidas instrumentais, por sua vez, apesar de apresentar dados numéricos impactantes, na grande maioria das vezes não entrega o que de fato é esperado pelo consumidor final e nem tão pouco se correlaciona com o que sensorialmente se avalia.

Dentre os vários problemas envolvidos que explicam essa disparidade talvez o mais crucial seja a interpretação errônea dos parâmetros físicos ou químicos associados ao que a consumidora espera encontrar. Dois exemplos clássicos desse fato são as medidas de hidratação e maciez do cabelo.

Hidratação, entendida no seu sentido literal, é avaliada via DSC (differential scanning calorimetry) quanto a quantidade de água dentro das fibras. Neste sentido, quanto maior a quantidade de água presente na fibra mais hidratado é o cabelo. A comunidade científica já havia se preocupado com o sentido literal de hidratação e o que é percebido pela consumidora final. Nessa linha, existem dezenas de artigos mostrando a não-correlação da hidratação capilar e a quantidade de água nas fibras. Além disso, vários são os estudos que demonstram que quanto menos danificado é um cabelo mais hidrofóbicas são as fibras, ou seja, menos água elas tendem a absorver. E cabelo danificado não é cabelo hidratado, basta perguntar a consumidora.

Maciez, por sua vez, é avaliado através da força de atrito gerada ao pentear uma mecha onde se associa uma maior maciez a uma redução na força. Pergunte a uma mulher se ela considera seu cabelo macio e verificará, sem comprovação científica, que não há necessidade alguma de um pente para avaliação deste atributo.

Criar metodologias que de fato correspondam a realidade é observar cada detalhe e calibrar medidas instrumentais com propriedades físicas e químicas realmente relevantes na avaliação feita pelo consumidor. Um trabalho constante e enriquecedor que dá beleza a ciência dessa área, envolve arte e garante a maior confiança e reponsabilidade da informação comunicada.

O consumidor é o decisor final e, portanto, a sua satisfação é mais relevante que números.

Douglas Texeira de Almeida, M. Sc.

Hair Metrology Scientist Manager

Formou em bacharelado em Física pela Universidade federal de Viçosa (UFV) em 2010. Terminou o mestrado em 2012 e juntou-se a empresa L'Óreal no mesmo ano. Atuou como analista de metrologia até Abril de 2015. Hoje atua como gerente no grupo Investiga, no desenvolvimento de metodologias aplicadas ao mercado de produtos cosméticos para cabelo.

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