Saiba mais sobre esse conceito de beleza e como ele pode ajudar nos cuidados com a pele e com o planeta

Após o surgimento do clean beauty, em tradução livre: “beleza limpa”, a procura por alternativas mais saudáveis, sustentáveis e que causam menos impacto ao meio ambiente têm inundado o segmento HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).

Nos dois últimos anos, o mercado brasileiro de beleza e cuidados pessoais vem acompanhado a tendência waterless. São cosméticos formulados sem água, que podem vir em barra, prensados ou em pó, podendo ser incorporados em produtos de maquiagem, cabelos ou na rotina de skincare.

O conceito waterless – “menos água”, em tradução literal – surgiu em 2015 na Coreia do Sul, com a necessidade de desenvolver produtos com pouca ou nenhuma água que pudessem ter maior aderência à pele e que fossem mais eficazes nos cuidados com o corpo. A partir do crescimento desse movimento para Europa e Américas, a tendência foi conquistando espaço em outros debates, como sustentabilidade e impactos no meio ambiente.

Por diluir substâncias sólidas e melhorar os aspectos sensoriais de produtos de beleza, a água é um dos ingredientes mais comuns utilizados em cosméticos, como séruns, hidratantes, géis e máscaras de limpeza facial, entre outros. No entanto, torna-se também em um ambiente fértil para o surgimento de fungos, bactérias e germes, sendo necessária a adição de conservantes nas fórmulas de tais produtos.

Em alguns casos, os conservantes podem estar associados a disfunções no organismo e no sistema imunológico, pois a água também evapora e pode levar junto a ela a oleosidade natural da pele.

O mercado da beleza é um dos líderes em embalar produtos com plástico ou materiais mistos, que em muitos casos não podem ser reciclados. Quando a água é adicionada aos produtos cosméticos, pode ocorrer uma redução na eficiência da formulação, sendo necessário aplicar mais do produto, contribuindo para o aumento do consumo e, consequentemente, de mais embalagens. Dada a maneira que são descartadas, pode poluir mais os oceanos, mares e rios.

Mercado HPPC e waterless beauty

Dois terços da superfície da Terra são cobertos por água, o que nos leva a crer que ela é uma fonte inesgotável e barata. Porém, somente uma parcela pequena é adequada para consumo: 0,7%. Deste total, 70% são destinados para a agricultura; 22% para a indústria; e apenas 8% para o consumo humano.

A água é a principal matéria-prima usada na produção de bens de consumo, mas ela está se tornando escassa devido à alta demanda e crescimento populacional. Por conta disso, o seu uso deve ser cada vez mais consciente e planejado.

Os produtos de higiene e beleza waterless estão em constante crescimento. De acordo com matéria publicada pela Cosmetics Innovation com dados da NPD - empresa global de informações de mercado - de julho de 2021 a julho de 2022, as vendas no mercado brasileiro de produtos waterless cresceram 62,2%, o que representa mais de R$ 6 milhões de vendas. De acordo com o instituto, em 2021 as principais subcategorias de skincare – limpeza facial, tônicos, hidratantes, limpeza dos olhos e produtos multibenefícios - representavam 5,7%; já em 2022 esse percentual subiu para 7,9%.

Nota-se que movimentos como este estão direcionando a atenção para o meio ambiente e que cada vez mais os consumidores estão buscando alternativas sustentáveis, o que pode influenciar uma procura maior por produtos cosméticos sólidos.

Principais características dos produtos waterless

Entende-se que ao remover a água dos produtos, eles tornam-se mais concentrados, duradouros e eficazes, isso ocorre porque os ingredientes são compactados em versão sólida sem o uso de reagentes químicos adicionais, o que pode contribuir para o desenvolvimento de um produto com o pH mais próximo do considerado ideal.

As embalagens também podem ser mais econômicas, tornando o processo mais sustentável, abrindo possibilidades para reciclagem e consumo consciente. Os produtos waterless, por serem compactos – barra e em pó principalmente – abrem espaço para substituir o plástico e o vidro das embalagens por papéis biodegradáveis, que assim como o próprio produto, não utilizariam água no seu processo de fabricação.

Dentre as principais vantagens dos produtos waterless, estão a economia, o consumo consciente da água, chances baixas de contaminação por germes, fungos e bactérias, aumento da vida útil do produto, risco menor de vazamento, redução da geração de lixo e poluição do meio ambiente, menos conservantes nas formulações e formato ideal para transporte.

Olhando para o futuro

As projeções indicam que a população mundial será de aproximadamente 10,2 bilhões até 2050. A demanda por água será maior, tornando-a um artigo de luxo. Os consumidores também estão adquirindo consciência do seu papel na sociedade. A indústria cosmética já indica sinais de que está fechando a torneira e abrindo espaço para mais Pesquisa & Desenvolvimento, reconsiderando a dependência de água em todo o processo produtivo, seja em embalagens, seja em produtos.

A ALS Allergisa acompanha esses cenários, pode contribuir com o lançamento de produtos seguros e eficazes e ajudar na agenda de sustentabilidade corporativa da sua marca. Venha discutir o seu próximo projeto de pesquisa: negocios@allergisa.com.br

Referências:

https://cosmeticinnovation.com.br/vendas-de-produtos-waterless-de-higiene-e-beleza-crescem-622-em-um-ano/

https://cosmetoguia.com.br/article/read/area/IND/id/1002/